quarta-feira, março 09, 2011

Diferenças entre Crescimento e Desenvolvimento Econômico, uma visão de Veiga.

Resumo Do Capítulo 1 Do Livro Desenvolvimento Sustentável De José Eli Da Veiga


Veiga introduz em seu capítulo primeiro de Desenvolvimento Sustentável a diferença entre os termos Crescimento Econômico e Desenvolvimento Econômico. Para muitos economistas o Desenvolvimento era tratado como uma consequência do crescimento econômico e isto era possível observar em países ricos pós-guerra como Estados Unidos e Inglaterra. E para outros economistas e sociólogos o termo Desenvolvimento era um mito, uma busca por um modelo econômico que se baseava no processo de industrialização. Alguns autores como Rivero creditam o desenvolvimento a um estado tecnológico de produção que sem ele, o país não atinge um mínimo de aumento da riqueza para que possa promover o Desenvolvimento. Para Rivero os países devem deixar de lado o mito do desenvolvimento e buscar não uma “riqueza das nações”, mas apenas a “sobrevivência das nações”.
Para Veiga o Desenvolvimento ficou prejudicado pelas ideias a fim de atingir o crescimento econômico e indicadores com o Renda per capita era o máximo que os países entendiam como medidor de desenvolvimento.
E foi na busca de medidores concretos de incremento da vida social que Amartya Sen desenvolveu um estudo que mostra que Desenvolvimento nem é um mito e não é so atingido através de aumento do PIB. Para Sen Desenvolvimento econômico deve buscar fatores como melhoria de contratos de trabalho, saúde promovida pelo Estado, liberdade de escolha política, entre outros e que nada tem em relação ao crescimento econômico de uma nação. Desta forma Sen muda a visão sobre o conceito de desenvolvimento e torna grupos étnicos de países ricos como indivíduos sem-desenvolvimento em relação ao mesmo grupo de países pobres, como faz no exemplo entre negros dos EUA e seus “irmãos” africanos. Indicadores de Mortalidade infantil e Expectativa de vida passam a ser medidas para mostrar as diferenças entre os países desenvolvidos e emergentes.
Veiga também transcreve a dificuldade que economistas e institutos como o Banco Mundial tinham para associar crescimento econômico e sua influência da desigualdade social. Após a 2ª Guerra Mundial o crescimento variaou muito entre os países, porém o mesmo não aconteceu com a desigualdade social. Acreditou-se então que Desenvolvimento Econômico estava relacionado com a cultura e natureza, de acordo com os pensamentos de Adam Smith e posteriormente Darwin, a influência da história da nação e sua própria posição geográfica tinham influência na capacidade de evolução econômica do país.
O Desenvolvimento também é tratado como um resultado histórico do processo de expansão da economia agrícola antes da Revolução Industrial, processo esse que existiu e que definia inclusive a taxa de crescimento demográfica da população nos séculos anteriores à Revolução. Para Douglas North, citado por Veiga, a primeira revolução econômica é a chamada revolução neolítica por arqueólogos que ocorreu por milênios antes da Revolução Industrial.
Veiga finaliza seu capítulo primeiro criticando que o o processo de desenvolvimento tem sido uma exceção a regra quando deveria ter sido um princípio ético, político e econômico almejado pelos governo e que o resultado desse processo fosse a melhora na qualidade de vida da população.
O autor finaliza seu capítulo primeiro citando um texto publicado por Celso Furtado em 2004 e que melhor resume o termo desenvolvimento. o crescimento econômico, tal qual o conhecemos, vem se fudando na preservação dos privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização; já o desenvolvimento se caracteriza pelo projeto social subjacente. Dispor de recursos para investir está longe de ser condição suficiente para preparar um melhor futuro para a massa da população. Mas quando o projeto social prioriza a efetiva melhoria das condições de vida desse população, o crescimento se metamorfoseia em desenvolvimento” (Furtado, 2004;484)

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