quinta-feira, novembro 03, 2011

Escola Austríaca de Economia


O Homem age.

Um dos fundamentos filosóficos para entender a Escola Austríaca, é o axioma do homem como modificador do meio através da sua ação, o homem age. Neste conceito e citando o processo inflacionário explicado em palestra, se o governo decide lançar mais moeda circulante isto provocará um aumento de preços, pois mantido o mesmo volume de riqueza, um aumento na renda provocaria uma busca pelo consumo, gerando assim processo inflacionário. Pois então o que iria diferenciar do modelo Keynesiano? Nos modelos mais comuns de economia, este processo é validado através do uso da matemática derivando preços em função da renda. Para a Escola Austríaca a metodologia se resume em analisar o que o homem faz diante do novo aumento de renda. Ele decide comprar e isto gera um processo de aumento de preços, somente isto. Apesar da idéia simplista ela é bem prática e realmente equivale ao cotidiano e todos pesariam da mesma forma. Porém para ser uma ciência, este pensamente esta mais associado ao senso comum que senso crítico que um cientista econômico dever ter.
Se desejarmos questionar um pouco mais o processo inflacionário na forma do homem age, no modo analítico dos austríaco que não usam teoremas matemáticos,  qual seria a resultante vetorial abaixo, considerando que todos os homens são livres para agir à sua escolha e se o indivíduo escolhesse não consumir e sim poupar, geraria um processo inflacionário ?


Processo do pensamento austríaco no efeito inflacionário
 


 Processo analítico criticando o modelo austríaco do efeito inflacionário

 


 Qual percentual da população iria considerar uma aumento de renda através de aumento salarial, por exemplo como sendo uma forma de satisfação da demanda por consumo? este indivíduo poderia simplesmente poupar o que não geraria uma inflação no curto prazo.
Esta forma da Escola Austríaca de analisar o comportamento do homem, sem o uso da matemática e sem o uso da história, pois também consideram que o que ocorre no passado não é determinista para que ocorra no futuro, ou seja, não existe a fundamento matemático ou histórico na forma de analisar um evento econômico, o que deixa margem a muitas discussões. Talvez a práxis do uso da homem age seja possível em cenário mundial ou de um país, mas como analisar o que ocorreriam em dimensões menores como exemplo a região Nordeste ou o Estado do Ceará.



Principais diferenças entre a escola Keynesiana e Austríaca

Para a metodologia de estudo dos austríacos e como já vimos anteriormente não existe o uso da matemática e a história não pode ser usada para confirmar um evento econômico o que não ocorre entre os neoclásicos ou mesmo os maxistas em que todo o processo de acumulação de capital é  analisada com uso de teoremas matemáticos, por exemplo. Aos austríacos as decisões dos homens ou dos empresários rege o conjunto da economia.  E é neste ponto que a escola austríaca mais diverge dos neoclássicos, pois para estes o Estado deve existir, mesmo que mínimo, para os austríacos não existe a necessidade do Estado como regulador do mercado. O mercado age em busca da tendência de equilíbrio mesmo que este não exista e é auto-suficiente, onde o governo interfere de forma negativa.
Na visão desta escola do uso da economia sem o uso de valor social é razoável pois a busca da maximização dos recursos sem restrição só seria possível com o mercado, haja visto que o mercado é eficiente para resolver problemas, porém não igualitário, e é nesta questão que a dissociação entre neoclássicos e austríacos se faz presente, pois não coincidem  seus objetivos, entre o social e mercado.
Porém a crítica esta na existência de alguns mercado ou da solução através do mercado se não fosse a presença do Estado. Poderemos levantar a questão do ensino superior como exemplo. Teria o mercado interesse em formar engenheiros nas décadas de 80 e 90 no Brasil sem a visão do crescimento econômico em uma época de estagnação? O custo da formação dos engenheiros que hoje atendem o mercado imobiliário em ascensão no Brasil, foi feito pelo governo e hoje se encontra abaixo da demanda que o próprio mercado exige, Então por quê o mercado não investiu no passado na formação de engenheiros?
Talvez os austríacos através dos empresários como formado de previsão e que na escola neoclássica este papel cabe ao engenheiro economista, não tivesse mecanismo para entender a demanda latente com o fim dos anos de inflação no Brasil. Mesmo os economistas atuais com o uso da econometria não teriam como medir com exatidão a demanda neste ponto do tempo, decorrido as variáveis entre a época do processo inflacionário e o plano Real. Mais difícil ainda seria para os austríacos medir a demanda hoje por engenheiros somente discutido o homem age. E se dependesse do mercado ou da escola austríaca teríamos menos engenheiros ainda, pois o investimento em profissionais de nivel superior é muito caro e com certeza não seria feito somente pelo mercado em um período de recessão.
A comparação entre as escolas com o exemplo acima foi citado como forma de entender uma situação a longo prazo que no caso decorre mais de 20 anos, tempo de aprendizado e evolução das pesquisas nas áreas das engenharias. 

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