O
Homem age.
Um dos fundamentos filosóficos para
entender a Escola Austríaca, é o axioma do homem como modificador do meio
através da sua ação, o homem age.
Neste conceito e citando o processo inflacionário explicado em palestra, se o
governo decide lançar mais moeda circulante isto provocará um aumento de preços,
pois mantido o mesmo volume de riqueza, um aumento na renda provocaria uma
busca pelo consumo, gerando assim processo inflacionário. Pois então o que iria
diferenciar do modelo Keynesiano? Nos modelos mais comuns de economia, este
processo é validado através do uso da matemática derivando preços em função da
renda. Para a Escola Austríaca a metodologia se resume em analisar o que o homem faz diante do novo aumento de
renda. Ele decide comprar e isto gera um processo de aumento de preços, somente
isto. Apesar da idéia simplista ela é bem prática e realmente equivale ao cotidiano
e todos pesariam da mesma forma. Porém para ser uma ciência, este pensamente
esta mais associado ao senso comum que senso crítico que um cientista econômico
dever ter.
Se desejarmos questionar um pouco mais
o processo inflacionário na forma do homem
age, no modo analítico dos austríaco que não usam teoremas
matemáticos, qual seria a resultante
vetorial abaixo, considerando que todos os homens são livres para agir à sua
escolha e se o indivíduo escolhesse não consumir e sim poupar, geraria um
processo inflacionário ?
Processo do pensamento austríaco no
efeito inflacionário
Esta forma da Escola Austríaca de
analisar o comportamento do homem, sem o uso da matemática e sem o uso da
história, pois também consideram que o que ocorre no passado não é determinista
para que ocorra no futuro, ou seja, não existe a fundamento matemático ou
histórico na forma de analisar um evento econômico, o que deixa margem a muitas
discussões. Talvez a práxis do uso da homem
age seja possível em cenário mundial ou de um país, mas como analisar o que
ocorreriam em dimensões menores como exemplo a região Nordeste ou o Estado do
Ceará.
Principais
diferenças entre a escola Keynesiana e Austríaca
Para a metodologia de estudo dos
austríacos e como já vimos anteriormente não existe o uso da matemática e a
história não pode ser usada para confirmar um evento econômico o que não ocorre
entre os neoclásicos ou mesmo os maxistas em que todo o processo de acumulação
de capital é analisada com uso de
teoremas matemáticos, por exemplo. Aos austríacos as decisões dos homens ou dos
empresários rege o conjunto da economia.
E é neste ponto que a escola austríaca mais diverge dos neoclássicos,
pois para estes o Estado deve existir, mesmo que mínimo, para os austríacos não
existe a necessidade do Estado como regulador do mercado. O mercado age em
busca da tendência de equilíbrio mesmo que este não exista e é auto-suficiente,
onde o governo interfere de forma negativa.
Na visão desta escola do uso da
economia sem o uso de valor social é razoável pois a busca da maximização dos
recursos sem restrição só seria possível com o mercado, haja visto que o
mercado é eficiente para resolver problemas, porém não igualitário, e é nesta
questão que a dissociação entre neoclássicos e austríacos se faz presente, pois
não coincidem seus objetivos, entre o social
e mercado.
Porém a crítica esta na existência de
alguns mercado ou da solução através do mercado se não fosse a presença do
Estado. Poderemos levantar a questão do ensino superior como exemplo. Teria o
mercado interesse em formar engenheiros nas décadas de 80 e 90 no Brasil sem a
visão do crescimento econômico em uma época de estagnação? O custo da formação
dos engenheiros que hoje atendem o mercado imobiliário em ascensão no Brasil,
foi feito pelo governo e hoje se encontra abaixo da demanda que o próprio
mercado exige, Então por quê o mercado não investiu no passado na formação de
engenheiros?
Talvez os austríacos através dos
empresários como formado de previsão e que na escola neoclássica este papel cabe
ao engenheiro economista, não tivesse mecanismo para entender a demanda latente
com o fim dos anos de inflação no Brasil. Mesmo os economistas atuais com o uso
da econometria não teriam como medir com exatidão a demanda neste ponto do
tempo, decorrido as variáveis entre a época do processo inflacionário e o plano
Real. Mais difícil ainda seria para os austríacos medir a demanda hoje por
engenheiros somente discutido o homem
age. E se dependesse do mercado ou da escola austríaca teríamos menos
engenheiros ainda, pois o investimento em profissionais de nivel superior é
muito caro e com certeza não seria feito somente pelo mercado em um período de
recessão.
A comparação entre as escolas com o
exemplo acima foi citado como forma de entender uma situação a longo prazo que
no caso decorre mais de 20 anos, tempo de aprendizado e evolução das pesquisas
nas áreas das engenharias.